O livro que inspirou o coaching é na verdade um livro sobre o treinamento de jogadores de tênis.
Em 1974, W. Timothy Gallwey escreveu “The Inner Game of Tennis“, no qual se postula que durante o jogo, o tenista enfrenta dois adversários. O primeiro é o adversário exterior, e o segundo o adversário interior.
O adversário interior são os medos, as dúvidas, o nervosismo, as distrações e outras coisas.
Não demorou para que pessoas do mundo corporativo percebessem o quanto aqueles conceitos poderiam ser aplicados à vida profissional, para fora das quadras de tênis.
O autor passou a dar cursos de tênis presenciais e teve a colaboração de John Whitmore, autor de “Coaching for Performance“.
Whitmore relata em seu livro que a demanda pelos cursos de tênis por parte de pessoas do mundo de negócios cresceu tanto que chegou o momento em que não havia mais instrutores tenistas disponíveis. Por isto, decidiu-se usar instrutores que não jogavam tênis para ministrar cursos para os alunos, o que levou a um resultado surpreendente.
Os instrutores que não jogavam tênis, não conseguiam dar dicas para os alunos sobre como eles deveriam jogar, focando sua atuação sobretudo nas perguntas eficazes sobre a percepção dos alunos sobre seu próprio desempenho.
O desfecho foi um resultado final superior ao daquele obtido pelos instrutores tenistas. Deste modo, concluiu-se que o coach não precisa ser especialista naquilo que o cliente precisa realizar, mas ao contrário, ser especialista tende a piorar o resultado final, pois a tentação de sugerir soluções atrapalha o desenvolvimento da responsabilidade e da autoconsciência do cliente.