Autor: Mateus Zanetti

  • Criando um ambiente de estudos

    Criando um ambiente de estudos

    Um ambiente adequado para os estudos facilita a atividade intelectual. O principal motivo é que a ordem exterior predispõe à ordem interior, ou seja, o ambiente aprimora a inteligência.

    Ninguém duvida que estudar em um lugar quente, mal cheiroso, com intensa movimentação de pessoas, barulhento, escuro e cheio de distrações seja ruim. Todas estas atrapalham pois ou desviam a atenção ou colocam uma limitação à atividade intelectual.

    Raramente as casas têm um ambiente de estudos planejado. Em geral aproveitam-se os espaços que sobram, improvisando-se alguma organização, quer permanente quer temporária. Entretanto, mesmo nestas condições é possível melhorar a experiência para torná-la mais eficaz e agradável.

    Ergonomia

    Ergonomia é a adequação do mobiliário à característica física do usuário. Por exemplo uma cadeira para uma criança é diferente daquela para um adulto. Da mesma forma, a altura da cadeira deve variar conforme a altura do usuário.

    Sessões longas de estudo pedem que se leve em conta a ergonomia sob a pena do desconforto físico, que atrapalhará a concentração e eventualmente trará dores para o estudante.

    Havendo a possibilidade, deve-se investir em um bom conjunto de escrivaninha e cadeira de escritório. Caso não se possa, deve-se tentar adaptar ao máximo a situação, por exemplo usando durante a sessão de estudos uma cadeira mais confortável de outro cômodo da casa.

    Iluminação do ambiente de estudos

    A iluminação é um fator importantíssimo, e deve ser um fator que proporcione ao mesmo tempo conforto visual e funcionalidade.

    Sempre que possível, deve-se posicionar a mesa ou escrivaninha de tal forma que possa aproveitar a iluminação natural, cuidando para que a incidência de luz solar não seja direta, o que seria desconfortável.

    Para as sessões noturnas ou início e final do dia, uma luminária de mesa é um item indispensável: o foco da luz, voltado ao material de estudo, realça os contornos das letras, facilitando a leitura.

    Também é preciso atentar-se à iluminação geral do ambiente: é preferível a cor amarelada a neutra para a lâmpada principal. As lâmpadas brancas, por sua cor, tendem a cansar a visão mais rápido quando usadas para ambientes inteiros e devem ser reservadas para focos de luz.

    Ventilação, temperatura e organização

    A ventilação e a temperatura são aspectos essenciais para garantir um ambiente de estudos confortável e produtivo.

    A circulação de ar fresco promove bem-estar e favorece a concentração e o desempenho cognitivo. Janelas abertas ou o uso de ventiladores ajudam a manter o ambiente ventilado, enquanto aparelhos de ar-condicionado podem ser utilizados para ajustar a uma temperatura confortável.

    Estudos apontam que temperaturas entre 20°C e 22°C são ideais para o estudo, pois evitam tanto a sonolência quanto o desconforto causado por calor ou frio excessivo. Manter um controle adequado da temperatura evita distrações e cansaço, favorecendo longos períodos de concentração.

    A organização e a limpeza do espaço de estudo é igualmente crucial para a eficiência e o foco. Um ambiente limpo e organizado contribui para a clareza mental e a motivação, ao passo que um espaço desordenado pode gerar distração e estresse.

    Além disso, uma área de estudo organizada reduz a sensação de sobrecarga e induz um estado mental mais tranquilo e preparado para absorver conhecimento.

    Os materiais de estudo, como livros, cadernos e canetas, devem estar sempre à mão e em locais de fácil acesso, evitando a necessidade de interromper o trabalho para procurá-los.

    Prateleiras, gavetas, porta-lápis e organizadores são itens que podem melhorar a organização.

    Personalizando o ambiente de estudos

    A personalização do espaço torna-o mais acolhedor e convidativo ao refletir o estilo e as preferências de quem o utiliza.

    A escolha de cores, decorações, plantas, porta-retratos e objetos influencia positivamente a motivação, podendo trazer a sensação de calma, relaxamento, familiaridade e conforto ao ambiente: a sessão de estudo torna-se mais agradável (ou menos maçante).

    E não é necessário gastar dinheiro para realizar a personalização. Basta reunir coisas carregadas de significado e deixá-las posicionadas para que adornem o ambiente.

    Eletrônicos e distrações

    O uso de aparelhos eletrônicos no ambiente de estudos deve ser considerado com cautela, pois pode se tornar um facilitador para a procrastinação.

    Havendo real necessidade de uso, computadores e celulares podem ser usados sem medo. Entretanto, se o acesso a redes sociais, jogos, sites de notícias ou quaisquer outras distrações eletrônicas for um problema, é preferível guardas os aparelhos para usá-los depois.

    Água e comida

    Manter-se hidratado e sem fome ajuda a manter a concentração.

    Para a hidratação, pode-se manter uma garrafa d’água por perto ou usar chás e sucos naturais. O café também pode ser uma boa alternativa para melhorar o foco.

    Já o consumo de alimentos não deve acontecer no ambiente de estudos, uma vez que pode-se sujar o material utilizado com pedaços de comida. Entretanto, isto não é um impedimento para comer, pois é sempre possível fazer uma pausa para apreciar uma fruta ou fazer um lanche leve.

    Conclusão

    Criar um ambiente de estudos personalizado é um investimento que traz benefícios diretos ao seu desempenho e bem-estar. Um espaço adequado é mais do que um local físico: ele é um fator determinante para o desempenho e o bem-estar do estudante.

    A combinação de uma organização eficiente, conforto ergonômico, boa iluminação e controle de distrações cria um espaço propício à concentração e ao aprendizado.

    Além disso, a personalização do ambiente com plantas e objetos de valor pessoal, torna a experiência de estudar mais agradável.

    Ao dedicar tempo para montar um espaço confortável e funcional, aproveita-se melhor cada sessão de estudo, aumentando a produtividade e reduzindo o estresse.

    Pequenos ajustes fazem a diferença, cujo impacto será sentido na capacidade de se concentrar e alcançar objetivos.

  • O que é a ansiedade?

    O que é a ansiedade?

    A ansiedade é uma resposta emocional antecipada a uma ameaça percebida no futuro, diferentemente do medo, que é uma resposta imediata a uma ameaça presente.

    A ansiedade é uma reação natural e parte integrante da experiência humana, podendo ser útil para nos preparar e proteger de possíveis perigos. Entretanto ela pode se tornar desproporcional e interferir negativamente na vida cotidiana.

    De acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5-TR) da American Psychiatry Association, ela pode manifestar-se por meio de sintomas físicos. Tensão muscular e aumento da vigilância são exemplos assim como a adoção de comportamentos de cautela e esquiva, que buscam evitar situações percebidas como ameaçadoras.

    Distinguir quando a ansiedade é normal ou patológica é importante. A ansiedade normal implinca na proporcionalidade ao contexto ou à situação vivida e diminui quando o fator desencadeante desaparece ou diminui. Um exemplo de reação normal é o sentimento que surge antes de uma apresentação em público ou de uma prova importante.

    Já a patológica é aquela que persiste de maneira excessiva, desproporcional e recorrente, mesmo quando não há uma ameaça real ou imediata. A ansiedade patológica impacta o o convívio social, e a vida profissional quanto pessoal do indivíduo.

    A ansiedade também está relacionada a diversos problemas de saúde mental, como transtornos de ansiedade generalizada, transtornos de pânico, fobias específicas e transtorno obsessivo-compulsivo (TOC). Além disso, pode ser um componente significativo de alguns quadros de procrastinação, na medida em que o medo do fracasso ou de críticas futuras faz com que a pessoa adie tarefas ou compromissos.

    Tratamento e manejo da ansiedade

    O tratamento da ansiedade varia conforme sua intensidade e o impacto na vida da pessoa, podendo incluir psicoterapia, medicação e mudanças no estilo de vida.

    No âmbito da psicoterapia, o paciente recebe orientação para identificar e modificar padrões de pensamento disfuncionais de medo e preocupação excessiva, juntamente com o enfrentamento de outras questões emocionais e afetivas que ele tenha.

    Já a intervenção medicamentosa irá atuar na regulação da atividade cerebral através de medicamentos de diversas classes.

  • Organização com a regra dos dois minutos

    Organização com a regra dos dois minutos

    A organização é um esforço contínuo que requer cuidados constantes, tal como não deixar para depois pequenas tarefas que demandem pouco esforço.

    A eficácia da regra vem da percepção que o tempo para arquivar a demanda pequena e posteriormente rememorá-la é superior a dois minutos.

    A regra dos cinco minutos consiste em realizar imediatamente qualquer tarefa que surja e seja solucionável em até dois minutos, evitando a desordem e a procrastinação.

    Surgimento da regra

    A regra dos dois minutos para a organização surgiu através do livro de David Allen, Getting Things Done – GTD (“A Arte de Fazer Acontecer“).

    A premissa básica é que melhoramos a organização se resolvemos as pequenas tarefas imediatamente, pois o trabalho de se recordar e solucionar no futuro será maior que no presente.

    Por exemplo, deixar de marcar na agenda um compromisso que acabou de surgir e postergar para o futuro poderá trazer problemas, como:

    • Esquecer o compromisso;
    • Esquecer dos detalhes;
    • Necessidade de buscar informações (facilmente disponíveis no início);
    • Calendário desatualizado, e eventualmente agendamento de outro compromisso no mesmo horário;

    Benefícios para a organização

    Resolução rápida de tarefas

    Acontece tanto uma acumulação de questões quanto uma sobrecarga mental sempre que se deixa de tratar as pequenas tarefas.

    A regra dos dois minutos é uma disciplina muito útil para resolver logo todos os problemas fáceis, assim não se tornam questões trabalhosas no futuro.

    Podemos pagar a conta de luz imediatamente, se tivermos saldo na conta bancária, mas se deixamos de pagar, um problema rápido de dois minutos pode ganhar contornos de calamidade em um corte de energia.

    Melhora da organização e produtividade

    A melhora da organização e da produtividade é possivelmente o maior benefício da regra dos dois minutos.

    Por exemplo, um executivo que tenha de ler um volume muito grande de mensagens vindas de seus pares e dos seus subordinados terá um trabalho imenso no futuro caso não dê resposta às demandas conforme surjam.

    Eventualmente o executivo terá de dedicar muitas horas para responder posteriormente, entretanto com a desvantagem de já ter lido, de não se recordar claramente da situação e ter de retomar o assunto posteriormente.

    O uso da regra dos dois minutos evita retrabalho para tarefas pequenas, pois a solução é dada tão logo que apareçam, aumentando a agilidade no cotidiano.

    Diminuição de interrupções

    A urgência de hoje já foi uma demanda do passado.

    Quando deixamos as tarefas de dois minutos passarem e se acumularem, elas ressurgem posteriormente como distrações significativas, tanto como demandas imediatas quanto como pensamentos intrusivos que impedem o foco no trabalho do presente.

    Calendário atualizado

    Agendar o quanto antes os compromissos assumidos é a melhor forma de manter sempre o calendário atualizado.

    Ao se tomar o hábito de usar a regra dos dois minutos, todo compromisso que chegar será imediatamente anotado na agenda, assim calendário estará atualizado.

    Redução da procrastinação

    A procrastinação é o vício de postergar atividades importantes. A regra dos dois minutos é uma poderosa arma para lutar contra este mal.

    Quando usada, a regra cria o hábito da ação imediata, ou seja, estimula a ação contrária à procrastinação.

    Aproveitamento de oportunidades

    Diz o ditado que cavalo selado não passa duas vezes.

    Uma oportunidade exige uma tomada de decisão rápida, seja para aceitá-la seja para rejeitá-la. Se a situação estiver já clara, a regra dos dois minutos garante que uma resposta será dada.

    Modelando a regra

    A regra dos dois minutos pode ser modelada para atender às necessidades de cada um.

    Por exemplo, alguém poderá alterar o tempo da regra de dois para cinco, dez ou até vinte minutos, caso sua vida peça por esta adaptação.

    Por sua vez, o princípio de organização permanece o mesmo: deve-se fazer imediatamente toda tarefa que tome pouco tempo.

    Quando não usar a regra?

    A regra dos dois minutos não é um critério absoluto. Eventualmente haverá situações inoportunas para aplicá-la.

    Por exemplo, quando estamos em uma atividade que peça nossa plena atenção, sem possibilidades de interrupções. Neste caso devemos solucionar a tarefa depois de terminar.

    No fundo, é uma questão de bom senso.

  • O que é coaching?

    O que é coaching?

    Coaching é uma técnica de desenvolvimento pessoal e profissional baseada na interação por perguntas eficazes do coach para o cliente, tendo surgido nos anos 70 a partir do treinamento de tênis.

    O processo envolve avaliação da situação presente, definição de metas, desenvolvimento de um plano de ação, acompanhamento da execução e avaliação.

    Além disso, o coaching acontece em ciclos com número fechado de sessões, com objetivos definidos claros definidos desde o início.

    Objetivos do coaching

    O principal objetivo do processo é desenvolver no cliente (também chamado de coachee) a autoconsciência e a responsabilidade.

    A autoconsciência é a capacidade de perceber-se quanto a seus próprios pensamentos, sentimentos, crenças, expectativas, reações, virtudes e vícios, tendências, limitações e capacidades.

    A autoconsciência surge de uma meditação serena sobre si mesmo, que é estimulada pelo coach através de exercícios específicos ao longo das sessões.

    A tomada de responsabilidade também é crucial, pois quando o cliente assume como seus os aspectos bons e maus de sua vida, aí ele ganha o poder de escolha para deixar situações ruins para trás e escolher as melhores.

    Em contrapartida, os objetivos específicos do processo irão depender da circunstância que cada cliente traz para o coach, tais como:

    • Definição de metas pessoais;
    • Transição de carreira;
    • Melhoria da comunicação;
    • Aprimoramento de liderança;
    • Conquista de habilidades;
    • Desenvolvimento pessoal;
    • Equilíbrio entre vida pessoal e trabalho;
    • Gestão do estresse;
    • Enfrentamento da procrastinação;
    • Desenvolvimento da criatividade;
    • E tomada de decisões específicas.

    Etapas do processo de coaching

    O processo de coaching é estruturado em sessões, que envolvem ao menos cinco etapas:

    • Conversa inicial
    • Diagnóstico
    • Estabelecimento de metas
    • Plano de ação
    • Execução
    • Avaliação

    Também é importante destacar que cada etapa tem suas particularidades, com atividades específicas para cada um deles.

    Conversa inicial

    Na conversa inicial coach e cliente estabelecem um acordo de coaching, que inclui o alinhamento sobre as demandas e expectativas do cliente, a forma de atendimento, custos e condutas éticas aplicáveis (como as do ICF).

    O objetivo desta etapa é evitar mal entendidos durante o processo e estabelecer uma relação de confiança entre as partes, sem a qual não é possível avançar no ciclo.

    Além disso, é crucial esclarecer a diferença entre coaching e outras modalidades de atendimento, como mentoria, consultoria e terapia.

    Em seguida o coach elaborará um plano de trabalho para desenvolver junto ao cliente, de forma a atender todos estes requisitos.

    Diagnóstico e estabelecimento de metas

    Após a conversa inicial, a primeira atividade do ciclo de coaching costuma ser a de diagnosticar a situação atual do cliente.

    O coach poderá usar estratégias como o exercício do Círculo da Vida, que é uma avaliação realizada em estado atual e estado desejado de dez aspectos da vida do cliente, os quais recebem notas de zero a dez.

    Os pilares são:

    • Espiritualidade;
    • Relacionamentos significativos (não amorosos);
    • Saúde e bem estar;
    • Conjugal e romance;
    • Filhos e sucessão;
    • Diversão e criatividade;
    • Financeiro e prosperidade;
    • Profissão e carreira;
    • Crescimento pessoal;
    • Emocional.

    A partir das diferenças entre a nota desejada e a nota atual, o cliente é convidado a selecionar quais pontos serão alvo do ciclo de coaching.

    É comum que nesta fase tanto o cliente experimente surpresas pelo aumento súbito da autoconsciência quanto tenha intuições valiosas sobre o que ele deve fazer daí por diante.

    Em seguida, escolhidos os pilares de intervenção do ciclo atual, podem ser aplicados exercícios para a visualizar o estado desejado, com o da Lista de Sonhos.

    O exercício da Lista de Sonhos é uma lista de realizações que o cliente deseja. Durante o exercício, ele deve se abster de julgar se os sonhos são factíveis, concentrando-se sobretudo em colocar todos os seus desejos no papel.

    Na segunda etapa do exercício, passa-se à escolha daqueles objetivos mais significativos, conforme a fase de diagnóstico, aplicando-se a técnica SMART para cada meta selecionada.

    Plano de ação

    O plano de ação é a ponte que liga o estado atual ao estado desejado. Neste momento, o coach conduzirá o cliente por meio de perguntas eficazes a construir um plano de ação.

    As principais perguntas são resumidas no acrônimo 5W2H (em inglês):

    WhatO que será feito?Detalhamento das etapas
    WhyPor que será feito?Justificativa ou relevância
    WhereOnde será feito?Local
    WhenQuando será feito?Prazo
    WhoQuem fará?Responsabilidade
    HowComo será feito?Método ou estratégia
    How muchQuanto custará?Recursos
    Perguntas do 5W2H

    Ao final, o cliente terá uma lista de tarefas a cumprir para atingir seus objetivos.

    Execução

    Se houver responsabilidade nesta etapa, o resultado final do coaching estará aquém do esperado. Cabe ao cliente implementar as mudanças a que ele se comprometeu, após a sessão do plano de ação.

    É normal que a execução do plano não saia exatamente como planejado, e é nesta etapa em que o cliente investiga pontos fortes e fracos da sua execução.

    Novamente o coach fará uma série de perguntas com o objetivo de conduzir a reflexão do cliente sobre a execução que ele realizou.

    Avaliação e encerramento

    Ao final, pode-se repetir exercícios avaliativos como Círculo da Vida para mensurar o quanto se alteraram as notas de cada pilar.

    O cliente então será convidado a listar quais foram suas principais mudanças, seus ganhos, aprendizados e decisões tomadas, bem como o coach também pode apresentar relatórios das atividades desenvolvidas, caso tenha sido o combinado ao início do processo.

    Se o cliente desejar continuar realizando sessões de coaching, ele deverá iniciar um novo ciclo, que irá abordar novos assuntos, à sua escolha.

    E o que não é coaching?

    É comum usar o termo coaching de forma inespecífica, gerando confusão com outras práticas, especialmente mentoria, consultoria e terapia.

    Embora todas elas possam ter aspectos em comum, como a forma de atendimento, a confidencialidade e o vínculo profissional formado com o cliente, cada uma tem suas particularidades.

    A terapia serve para resolver uma queixa de sofrimento psíquico do paciente. O terapeuta identifica e resolve problemas sobretudo de ordem afetiva e comportamental.

    A consultoria é a contratação de um profissional especialista, o consultor, que dá sua opinião e propõe uma intervenção sobre um problema específico que o cliente esteja enfrentando. Portanto, o uso da consultoria é sobretudo para questões profissionais e empresariais.

    A mentoria estabelece uma relação entre mentor e cliente em que o profissional ativamente dá as diretrizes de conduta que o cliente deve realizar. É importante que o mentor tenha expertise quanto ao tema da mentoria, uma vez que o cliente será predominantemente passivo em relação às suas ordens.

    Por sua vez, o coaching estabelece uma relação em que o cliente participa ativamente do processo. Assim, função do coach é instigá-lo através de perguntas e exercícios, sem necessidade de conhecer o tema tratado.

    De fato, o coaching não depende do conhecimento que o coach tenha do tema trazido pelo cliente. Aliás, é preferível que o coach não conheça o problema trazido pelo cliente, uma vez que o sucesso do ciclo é atrelado mais à promoção da responsabilidade e autoconsciência do que é ao estabelecimento de um plano de ação.

  • Como surgiu o coaching?

    Como surgiu o coaching?

    O livro que inspirou o coaching é na verdade um livro sobre o treinamento de jogadores de tênis.

    Em 1974, W. Timothy Gallwey escreveu “The Inner Game of Tennis“, no qual se postula que durante o jogo, o tenista enfrenta dois adversários. O primeiro é o adversário exterior, e o segundo o adversário interior.

    O adversário interior são os medos, as dúvidas, o nervosismo, as distrações e outras coisas.

    Não demorou para que pessoas do mundo corporativo percebessem o quanto aqueles conceitos poderiam ser aplicados à vida profissional, para fora das quadras de tênis.

    O autor passou a dar cursos de tênis presenciais e teve a colaboração de John Whitmore, autor de “Coaching for Performance“.

    Whitmore relata em seu livro que a demanda pelos cursos de tênis por parte de pessoas do mundo de negócios cresceu tanto que chegou o momento em que não havia mais instrutores tenistas disponíveis. Por isto, decidiu-se usar instrutores que não jogavam tênis para ministrar cursos para os alunos, o que levou a um resultado surpreendente.

    Os instrutores que não jogavam tênis, não conseguiam dar dicas para os alunos sobre como eles deveriam jogar, focando sua atuação sobretudo nas perguntas eficazes sobre a percepção dos alunos sobre seu próprio desempenho.

    O desfecho foi um resultado final superior ao daquele obtido pelos instrutores tenistas. Deste modo, concluiu-se que o coach não precisa ser especialista naquilo que o cliente precisa realizar, mas ao contrário, ser especialista tende a piorar o resultado final, pois a tentação de sugerir soluções atrapalha o desenvolvimento da responsabilidade e da autoconsciência do cliente.

  • Metas claras e alcançáveis: alcançando sonhos com o método SMART

    Metas claras e alcançáveis: alcançando sonhos com o método SMART

    Você conhece a metodologia SMART?

    Muitos sonham por anos com uma viagem, uma reforma, um carro, boa forma, uma família feliz, uma faculdade ou uma boa carreira.

    Entretanto, na realidade, o sonho não basta.

    Pode-se considerar que o sonho é o ponto de chegada, que é o objetivo final, o qual precisa de uma seqüência longa de tarefas específicas para se concretizar.

    Por sua vez, para que as tarefas sejam planejadas, é preciso haver clareza sobre o que se deseja alcançar: o sonho precisa deixar de ser um devaneio para se tornar um marco específico a alcançar, ou seja, uma meta.

    Neste artigo vamos descrever as características de metas claras e alcançáveis, as quais ficaram conhecidas pelo acrônimo SMART.

    O que significa SMART?

    SMART é um acrônimo em inglês para:

    • Specific (específica);
    • Measurable (mensurável);
    • Achievable (alcançável);
    • Relevant (relevante);
    • Time-bound (com prazo).

    O conjunto destes elementos garante clareza e favorece o pensamento quanto a quais ações devem ser realizadas para torná-la realidade.

    O método SMART está muito ligado à gestão de projetos e ao coaching, mas qualquer um pode se beneficiar se as colocar em prática.

    Vamos entender em detalhe o que cada item significa.

    Características SMART

    Specific (específica)

    Toda meta precisa ser específica, pois é isto que dá clareza ao objetivo desejado. Metas vagas são apenas devaneios.

    Enquanto que uma meta vaga como “emagrecer” pouco ajuda na definição de uma estratégia, a meta “emagrecer dez quilos” traz um critério sólido para determinar o sucesso.

    O risco de uma meta vaga é não reconhecer se ela foi alcançada ou não. Do exemplo, alguém poderia interromper seu processo de emagrecimento quando tivesse perdido apenas dois quilos ao invés dos dez. Também seria possível

    Veja abaixo exemplos de como transformar metas vagas em metas específicas.

    Meta vagaMeta Específica
    Quero ter um emprego bom.Quero um emprego que me pague o valor R$ 10.000,00.
    Quero perder peso.Quero perder dez quilos
    Quero aprender mais.Quero cursar uma especialização na minha área de atuação.
    Quero economizar dinheiroQuero economizar R$ 500,00 por mês.
    Quero ler maisQuero ler 10 páginas por dia.
    Exemplos de metas vagas e metas específicas

    E quão específica a meta precisa ser?

    A meta precisa ser específica o suficiente para garantir a ação concreta e adequada para a realidade de vida de cada pessoa.

    Por exemplo, “aprender inglês” pode ser especificada tanto como “aprender inglês para conseguir ler a documentação técnica” quanto “aprender inglês para conseguir fluência e atingir a nota requerida no Toefl para entrar numa universidade americana”.

    No caso, a mesma meta vaga, quando especificada, toma diferentes graus de especificidade para atender à necessidade de pessoas diferentes.

    Measurable (mensurável)

    A meta precisa ser mensurável, precisa de medida, pois assim é possível avaliar o avanço de cada pessoa na direção de seu objetivo.

    Conhecer o ritmo de progresso é outro benefício de ter uma meta mensurável.

    Veja abaixo exemplos de como estabelecer medidas.

    Tipo da metaMedida possível
    EmagrecimentoQuilos perdidos
    Família e relacionamentosHoras dedicadas aos relacionamentos pessoais
    CarreiraValor do salário
    EstudoHoras de estudo por semana
    FinançasDinheiro economizado por mês; valor total investido
    LeituraNúmero de páginas lidas
    VendasNúmero de contatos com potenciais clientes
    Medidas possíveis para metas

    Achievable (alcançável)

    Toda meta precisa ser alcançável. Metas impossíveis ou que desconsiderem a realidade só servem para gerar ansiedade e desesperança.

    Entretanto, não se deve ceder ao pessimismo no momento de estabelecer metas e ser pouco exigente consigo mesmo.

    Metas difíceis e desafiadoras, quando fundamentadas nas capacidades de ação de cada um, são o elo de ligação entre o sonho e a realidade.

    Um jovem muito pobre desejar ser um médico cirurgião é algo plenamente realizável, desde que ele reconheça as dificuldades inerentes ao processo e deseje enfrentar e vencer uma a uma. Esta meta é alcançável, mas desafiadora.

    Para determinar se uma meta é alcançável, é preciso auto-avaliação. Algumas perguntas úteis para o processo incluem:

    • Qual a minha situação atual, com suas possibilidades e limitações?
    • Quais são as etapas intermediárias para alcançar esta meta?
    • Eu tenho (ou posso conseguir) os recursos necessários?
    • A meta reflete otimismo excessivo ou pessimismo?
    • Esta meta serve tanto de estímulo quanto de desafio?
    • Eu verdadeiramente acredito que sou capaz de alcançar?

    Relevant (relevante)

    Se uma meta não for relevante para uma pessoa, ela não trará frutos quando for alcançada. O processo todo terá sido um desperdício de tempo, energia e recursos.

    Algumas perguntas para refletir sobre a relevância são:

    • Como esta meta está alinhada às minhas aspirações mais altas enquanto ser humano?
    • Quando eu alcançar esta meta, de que maneira ela contribuirá com minha vida pessoal e profissional?
    • O quanto esta meta reflete a minha vontade e o quanto ela reflete a vontade de outras pessoas?
    • Para atingir esta meta, o quanto de tempo, energia e recursos são necessários?
    • O que eu estou disposto a fazer para atingir meta?
    • O que acontecerá se esta meta não for atingida?

    Time-bound (com prazo)

    Prazo é importante.

    E bastaria dizer isto, mas para explicitar a questão, segue uma lista de benefícios em estabelecer prazos claros:

    Planejamento

    Cozinhar um almoço em quinze minutos é diferente de cozinhar o almoço em duas horas.

    Conhecer o tempo que temos disponível para executar uma tarefa permite planejar quais são as ações adequadas e como distribuí-las ao longo do tempo.

    Motivação

    Procrastinação é um problema, e ter um prazo é parte da solução.

    Ter uma data limite gera uma sensação de urgência, que costuma estimular a ação, além de desestimular adiamentos.

    Avaliação de progresso

    Com um prazo definido, é possível avaliar o progresso em direção à meta.

    Por exemplo, se alguém colocar para si a meta de economizar R$ 12 mil em um ano e chegar a outubro com apenas R$ 4 mil, ela saberá que terá de ajustar sua ação se quiser alcançar seu objetivo.

    Redução de estresse e ansiedade

    Quando há um prazo, a avaliação da execução pode ser realizada com critérios racionais, tornando mais claro o cenário, e dando menor margem para a imaginação de riscos absurdos, o que reduz estresse e ansiedade.

    Agora que vimos as características das metas pelo método SMART, vamos unir estes

    Juntando tudo

    Após tomar ciência das características das metas eficazes pelo método SMART, é preciso uni-las para que sirvam de auxílio à execução dos sonhos.

    Alguns exemplos podem ajudar:

    • Emagrecer 10 quilos até o fim do ano, através de uma dieta equilibrada e exercícios regulares;
    • Participar de um curso de oratória e fazer discursos em público pelo menos uma vez por mês para melhorar a oratória;
    • Praticar piano 30 minutos por dia e aprender a tocar três composições clássicas até o próximo ano;
    • Dedicar uma noite por semana para um encontro romântico com meu cônjuge;
    • Meditar diariamente por 20 minutos durante os próximos três meses;
    • Economizar 15% da minha renda mensal para criar um fundo de emergência de R$ 10.000 até o final do próximo ano.
    • Dedicar pelo menos quatro horas por mês para apoiar causas de caridade e comunidade.

    Conclusão

    Lembre-se os sonhos pedem esforço para que se tornem realidade. E o primeiro passo é entender melhor quais são as etapas da sua execução.

    Uma forma de começar é usar o método SMART para garantir que nenhum ponto importante ficou negligenciado logo na partida.

    Lembre-se a eficiência da meta requer que ela seja:

    • Específica;
    • Mensurável;
    • Alcançável;
    • Relevante;
    • Com prazo.

    Com isto em mente, faça agora o exercício de escolher um dos seus sonhos e formulá-lo como uma meta SMART. Quando terminar, avalie se todas as cinco características estão presentes.

    Quando seus sonhos forem metas eficazes, você terá alguma chance de transformá-los de devaneios em realidades. Tenha coragem e vá em frente. A vida merece ser vivida.

  • Procrastinação: entenda o que ela é e como combatê-la

    Procrastinação: entenda o que ela é e como combatê-la

    Imagine-se sentado logo de manhã em sua mesa. Uma lista de tarefas com prazo está diante de você. Seu celular vibra com uma mensagem: um amigo que acabou de mandar um vídeo engraçado.

    Sua atenção divaga, e você fica na rede social, focando em tudo, exceto no que deveria fazer.

    Subitamente você percebe que o tempo precioso passou e foi perdido. Aquela tarefa urgente já poderia ter sido concluída, mas você ainda não saiu do lugar.

    Se esta história parecer familiar, você lida com o problema da procrastinação.

    Neste artigo, vamos expor as principais questões envolvendo a procrastinação, e sugerir meios para combatê-la.

    O que é a procrastinação?

    Procrastinação é o mau hábito de adiar uma ação necessária. A própria etimologia da palavra, significa “para amanhã”, que vem de pro cras, do latim.

    O procrastinador tem claro para si o que deve ser feito, mas não tem a capacidade de focar o seu esforço para realizar a tarefa, substituindo-a por outras coisas menos urgentes ou mais agradáveis.

    Diferença entre procrastinação e preguiça

    Embora haja quem classifique a procrastinação como um tipo de preguiça, pelas duas afetarem a capacidade de fazer, há uma diferença específica quanto à intenção do preguiçoso e do procrastinador.

    O preguiçoso não quer fazer. Ele está satisfeito com sua situação e não deseja mudá-la.

    O procrastinador, por sua vez, deseja agir, ele quer fazer a ação, mas é incapaz de concluir as tarefas, o que geralmente o frustra.

    Principais causas da procrastinação

    Assim como uma dor de cabeça pode surgir por muitos problemas (desde uma enxaqueca até um problema dentário), a procrastinação também pode ter muitas causas. Conhecê-las importa para que se planeje uma estratégia eficaz para combater este mau hábito.

    As principais causas da procrastinação são:

    • Medo (da tarefa ou de algum aspecto dela);
    • Incapacidade técnica (real ou imaginada);
    • Falta de motivação;
    • Rebeldia contra quem apresentou a tarefa;
    • Baixa auto-estima;
    • Perfeccionismo;
    • Caça à emoção do fim do prazo;
    • Incapacidade de priorizar ou identificar hierarquia de tarefas;
    • Adicção (isto é, vício), tais como:
      • Séries e filmes;
      • Video-games;
      • Redes Sociais;
      • Conteúdo adulto e comportamentos relacionados;
      • Álcool e drogas;
      • E outros.

    Conseqüências da procrastinação

    O efeito imediato da procrastinação são a frustração e a improdutividade: o procrastinador sabe que deveria ter feito e não fez.

    Outros problemas são:

    • Redução da produtividade;
    • Comprometimento da qualidade do trabalho;
      • Risco de perder clientes ou emprego;
    • Aumento do estresse e ansiedade;
    • Sentimento de culpa;
    • Baixa auto-estima;
    • Deterioração das relações pessoais e profissionais;
    • Perda de oportunidades;
    • Desorganização;
    • Dificuldades financeiras;
    • Baixo desempenho acadêmico;
    • Diminuição da criatividade;
    • Hábitos de vida insalubres;
    • Impacto da saúde física e mental.

    Enfrentamento à procrastinação

    Para haver sucesso no combate à procrastinação é necessário atacar cada uma de suas causas com as estratégias adequadas.

    A seguir estão descritas algumas possibilidades de ação, mas muitas outras podem ser adotadas.

    Medo da tarefa ou de seus aspectos

    A força é a forma mais eficaz de combater o medo.

    Para aumentar a força (física e mental), o que acontecerá gradativamente, ficam as sugestões:

    • Aumento da força física:
      • Crossfit;
      • Levantamento de peso;
      • Musculação;
    • Aumento da força mental:
      • Prática de pequenas ações desagradáveis e inofensivas, como:
        • Tomar café sem açúcar (se ainda não for hábito);
        • Realizar atividades enfadonhas contra a vontade (como limpar a casa);
      • Exercício aeróbico até a exaustão;
      • Jejum;
      • Buscar não reclamar.

    Também é possível abordar o medo de uma tarefa específica colocando-se a pergunta: “o que de pior poderia acontecer?”. Se respondida com sinceridade, em geral a pior conseqüência é inofensiva e muito mais leve que o impacto de não fazer.

    Incapacidade técnica

    O primeiro passo é admitir a incapacidade e mapear qual é a sua extensão, após uma reflexão serena.

    Sabendo quais são as deficiências, deve-se estudar o assunto, participar de treinamentos ou realizar a prática regular.

    Falta de motivação

    Aqui o procrastinador deve avaliar com sinceridade se ele realmente deseja fazer as coisas a que ele se propôs.

    Se não houver sentido (e não for uma demanda advinda de um compromisso assumido), deve-se abandonar a tarefa de forma definitiva.

    Se houver sentido, o procrastinador deve visualizar as conseqüências daquela ação em sua vida, comparando o cenário em que ele não faz e o que ele faz.

    Perfeccionismo

    O perfeccionista deve compreender que mesmo que o padrão de perfeição seja inalcançável, ele serve de referência para orientar o trabalho.

    Desta forma, o perfeccionista deve tirar sua atenção do resultado final e colocar os olhos no processo: ele terá de fazer o seu melhor, mesmo sabendo que poderá falhar.

    Em alguns casos, o perfeccionista precisará recorrer à psicoterapia ou mesmo à psiquiatria para abordar questões emocionais e de transtornos comportamentais.

    Incapacidade de priorizar ou hierarquizar tarefas

    O procrastinador será beneficiado se escrever uma lista de tarefas com todos os seus afazeres, tanto profissionais quanto pessoais, e em seguida, avaliar cada item.

    Perguntar “qual aconteceria se eu não fizer esta tarefa?” a cada item é uma forma eficaz de intuitivamente perceber a importância de cada coisa. Eventualmente, pode-se usar um sistema de pontuação das tarefas, em que as tarefas com mais pontos devem ser realizadas primeiro.

    Adicção, rebeldia, baixa auto-estima e emoção de fim de prazo

    Estes temas geralmente envolvem questões emocionais profundas.

    O mais adequado é admitir o problema e buscar o apoio especializado na psicoterapia ou psiquiatria.

    Conclusão

    Viver uma vida cheia de sentido e significativa, livre da procrastinação, está ao alcance de todos.

    Cada causa pede uma solução diferente, e o caminho da superação passa por tratar cada dificuldade com uma abordagem individual e eficaz.

    É crucial decidir enfrentar este desafio com serenidade e determinação, pois sem essa escolha consciente, o padrão de adiamento persistirá, prejudicando a vida pessoal e profissional.

    Encontrar a solução envolve enfrentar questões íntimas com delicadeza e coragem. Esta transformação requer disciplina para implementar mudanças graduais, que quando somadas florescerão em uma existência produtiva e significativa.

    Você pode vencer a procrastinação. O primeiro passo começa agora.