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  • O que é coaching?

    O que é coaching?

    Coaching é uma técnica de desenvolvimento pessoal e profissional baseada na interação por perguntas eficazes do coach para o cliente, tendo surgido nos anos 70 a partir do treinamento de tênis.

    O processo envolve avaliação da situação presente, definição de metas, desenvolvimento de um plano de ação, acompanhamento da execução e avaliação.

    Além disso, o coaching acontece em ciclos com número fechado de sessões, com objetivos definidos claros definidos desde o início.

    Objetivos do coaching

    O principal objetivo do processo é desenvolver no cliente (também chamado de coachee) a autoconsciência e a responsabilidade.

    A autoconsciência é a capacidade de perceber-se quanto a seus próprios pensamentos, sentimentos, crenças, expectativas, reações, virtudes e vícios, tendências, limitações e capacidades.

    A autoconsciência surge de uma meditação serena sobre si mesmo, que é estimulada pelo coach através de exercícios específicos ao longo das sessões.

    A tomada de responsabilidade também é crucial, pois quando o cliente assume como seus os aspectos bons e maus de sua vida, aí ele ganha o poder de escolha para deixar situações ruins para trás e escolher as melhores.

    Em contrapartida, os objetivos específicos do processo irão depender da circunstância que cada cliente traz para o coach, tais como:

    • Definição de metas pessoais;
    • Transição de carreira;
    • Melhoria da comunicação;
    • Aprimoramento de liderança;
    • Conquista de habilidades;
    • Desenvolvimento pessoal;
    • Equilíbrio entre vida pessoal e trabalho;
    • Gestão do estresse;
    • Enfrentamento da procrastinação;
    • Desenvolvimento da criatividade;
    • E tomada de decisões específicas.

    Etapas do processo de coaching

    O processo de coaching é estruturado em sessões, que envolvem ao menos cinco etapas:

    • Conversa inicial
    • Diagnóstico
    • Estabelecimento de metas
    • Plano de ação
    • Execução
    • Avaliação

    Também é importante destacar que cada etapa tem suas particularidades, com atividades específicas para cada um deles.

    Conversa inicial

    Na conversa inicial coach e cliente estabelecem um acordo de coaching, que inclui o alinhamento sobre as demandas e expectativas do cliente, a forma de atendimento, custos e condutas éticas aplicáveis (como as do ICF).

    O objetivo desta etapa é evitar mal entendidos durante o processo e estabelecer uma relação de confiança entre as partes, sem a qual não é possível avançar no ciclo.

    Além disso, é crucial esclarecer a diferença entre coaching e outras modalidades de atendimento, como mentoria, consultoria e terapia.

    Em seguida o coach elaborará um plano de trabalho para desenvolver junto ao cliente, de forma a atender todos estes requisitos.

    Diagnóstico e estabelecimento de metas

    Após a conversa inicial, a primeira atividade do ciclo de coaching costuma ser a de diagnosticar a situação atual do cliente.

    O coach poderá usar estratégias como o exercício do Círculo da Vida, que é uma avaliação realizada em estado atual e estado desejado de dez aspectos da vida do cliente, os quais recebem notas de zero a dez.

    Os pilares são:

    • Espiritualidade;
    • Relacionamentos significativos (não amorosos);
    • Saúde e bem estar;
    • Conjugal e romance;
    • Filhos e sucessão;
    • Diversão e criatividade;
    • Financeiro e prosperidade;
    • Profissão e carreira;
    • Crescimento pessoal;
    • Emocional.

    A partir das diferenças entre a nota desejada e a nota atual, o cliente é convidado a selecionar quais pontos serão alvo do ciclo de coaching.

    É comum que nesta fase tanto o cliente experimente surpresas pelo aumento súbito da autoconsciência quanto tenha intuições valiosas sobre o que ele deve fazer daí por diante.

    Em seguida, escolhidos os pilares de intervenção do ciclo atual, podem ser aplicados exercícios para a visualizar o estado desejado, com o da Lista de Sonhos.

    O exercício da Lista de Sonhos é uma lista de realizações que o cliente deseja. Durante o exercício, ele deve se abster de julgar se os sonhos são factíveis, concentrando-se sobretudo em colocar todos os seus desejos no papel.

    Na segunda etapa do exercício, passa-se à escolha daqueles objetivos mais significativos, conforme a fase de diagnóstico, aplicando-se a técnica SMART para cada meta selecionada.

    Plano de ação

    O plano de ação é a ponte que liga o estado atual ao estado desejado. Neste momento, o coach conduzirá o cliente por meio de perguntas eficazes a construir um plano de ação.

    As principais perguntas são resumidas no acrônimo 5W2H (em inglês):

    WhatO que será feito?Detalhamento das etapas
    WhyPor que será feito?Justificativa ou relevância
    WhereOnde será feito?Local
    WhenQuando será feito?Prazo
    WhoQuem fará?Responsabilidade
    HowComo será feito?Método ou estratégia
    How muchQuanto custará?Recursos
    Perguntas do 5W2H

    Ao final, o cliente terá uma lista de tarefas a cumprir para atingir seus objetivos.

    Execução

    Se houver responsabilidade nesta etapa, o resultado final do coaching estará aquém do esperado. Cabe ao cliente implementar as mudanças a que ele se comprometeu, após a sessão do plano de ação.

    É normal que a execução do plano não saia exatamente como planejado, e é nesta etapa em que o cliente investiga pontos fortes e fracos da sua execução.

    Novamente o coach fará uma série de perguntas com o objetivo de conduzir a reflexão do cliente sobre a execução que ele realizou.

    Avaliação e encerramento

    Ao final, pode-se repetir exercícios avaliativos como Círculo da Vida para mensurar o quanto se alteraram as notas de cada pilar.

    O cliente então será convidado a listar quais foram suas principais mudanças, seus ganhos, aprendizados e decisões tomadas, bem como o coach também pode apresentar relatórios das atividades desenvolvidas, caso tenha sido o combinado ao início do processo.

    Se o cliente desejar continuar realizando sessões de coaching, ele deverá iniciar um novo ciclo, que irá abordar novos assuntos, à sua escolha.

    E o que não é coaching?

    É comum usar o termo coaching de forma inespecífica, gerando confusão com outras práticas, especialmente mentoria, consultoria e terapia.

    Embora todas elas possam ter aspectos em comum, como a forma de atendimento, a confidencialidade e o vínculo profissional formado com o cliente, cada uma tem suas particularidades.

    A terapia serve para resolver uma queixa de sofrimento psíquico do paciente. O terapeuta identifica e resolve problemas sobretudo de ordem afetiva e comportamental.

    A consultoria é a contratação de um profissional especialista, o consultor, que dá sua opinião e propõe uma intervenção sobre um problema específico que o cliente esteja enfrentando. Portanto, o uso da consultoria é sobretudo para questões profissionais e empresariais.

    A mentoria estabelece uma relação entre mentor e cliente em que o profissional ativamente dá as diretrizes de conduta que o cliente deve realizar. É importante que o mentor tenha expertise quanto ao tema da mentoria, uma vez que o cliente será predominantemente passivo em relação às suas ordens.

    Por sua vez, o coaching estabelece uma relação em que o cliente participa ativamente do processo. Assim, função do coach é instigá-lo através de perguntas e exercícios, sem necessidade de conhecer o tema tratado.

    De fato, o coaching não depende do conhecimento que o coach tenha do tema trazido pelo cliente. Aliás, é preferível que o coach não conheça o problema trazido pelo cliente, uma vez que o sucesso do ciclo é atrelado mais à promoção da responsabilidade e autoconsciência do que é ao estabelecimento de um plano de ação.

  • Como surgiu o coaching?

    Como surgiu o coaching?

    O livro que inspirou o coaching é na verdade um livro sobre o treinamento de jogadores de tênis.

    Em 1974, W. Timothy Gallwey escreveu “The Inner Game of Tennis“, no qual se postula que durante o jogo, o tenista enfrenta dois adversários. O primeiro é o adversário exterior, e o segundo o adversário interior.

    O adversário interior são os medos, as dúvidas, o nervosismo, as distrações e outras coisas.

    Não demorou para que pessoas do mundo corporativo percebessem o quanto aqueles conceitos poderiam ser aplicados à vida profissional, para fora das quadras de tênis.

    O autor passou a dar cursos de tênis presenciais e teve a colaboração de John Whitmore, autor de “Coaching for Performance“.

    Whitmore relata em seu livro que a demanda pelos cursos de tênis por parte de pessoas do mundo de negócios cresceu tanto que chegou o momento em que não havia mais instrutores tenistas disponíveis. Por isto, decidiu-se usar instrutores que não jogavam tênis para ministrar cursos para os alunos, o que levou a um resultado surpreendente.

    Os instrutores que não jogavam tênis, não conseguiam dar dicas para os alunos sobre como eles deveriam jogar, focando sua atuação sobretudo nas perguntas eficazes sobre a percepção dos alunos sobre seu próprio desempenho.

    O desfecho foi um resultado final superior ao daquele obtido pelos instrutores tenistas. Deste modo, concluiu-se que o coach não precisa ser especialista naquilo que o cliente precisa realizar, mas ao contrário, ser especialista tende a piorar o resultado final, pois a tentação de sugerir soluções atrapalha o desenvolvimento da responsabilidade e da autoconsciência do cliente.